CENTRO MULTIDISCIPLINAR UFRJ – MACAÉ

Humanidade(s) em Macaé é fortalecida pela União de Instituições e Compromisso com a Educação

O evento “Que Humanidade(s) Queremos” promovido no Centro Multidisciplinar UFRJ-Macaé (CM UFRJ-Macaé) reuniu renomados professores, diretores de institutos e representantes da administração pública para discutir o papel das humanidades e estabelecer estratégias para consolidar essa área de conhecimento em Macaé. Este artigo relacionará as principais ideias de cada etapa do evento e, ao final, uma galeria de fotos.

Mesa de abertura: Perspectivas para as Humanidades no Centro Multidisciplinar UFRJ-Macaé

A mesa de abertura contou com a mediação do prof. Matheus Ferreira de Barros, do Instituto Politécnico do CM UFRJ-Macaé, a presença da profª. Cássia Turci, vice-reitora da UFRJ, do prof. Irnak Marcelo Barbosa, decano do Centro Multidisciplinar UFRJ-Macaé, do prof. Jorge Flores, representante do Instituto de Ciências da Sociedade de Macaé – UFF, da Flaviá Picon, secretária adjunta de ensino superior de Macaé, e da Leandra Lopes, secretária de educação de Macaé. Essa mesa de abertura trouxe reflexões sobre as perspectivas para as humanidades em Macaé, evidenciando a importância desse campo de estudo na formação integral dos alunos.

A vice-reitora Cássia Turci compartilhou sua visão sobre a importância das humanidades em Macaé. Em seu discurso, ela saudou calorosamente os presentes e expressou sua satisfação em participar de uma discussão tão relevante para o desenvolvimento educacional da região. Cássia ressaltou a necessidade de fortalecer todas as áreas de conhecimento, enfatizando o compromisso da UFRJ e outras universidades em contribuir para a formação de uma sociedade mais justa, igualitária e solidária. Ela mencionou sua experiência anterior como diretora do Instituto de Química e o trabalho significativo realizado na implementação de cursos em Macaé, demonstrando seu comprometimento com o desenvolvimento educacional da região.

O evento também foi marcado por uma emocionante homenagem ao filósofo Cláudio Ulpiano conduzida pelo prof. Irnak Barbosa, destacando a relevância das humanidades em um momento em que os professores são tratados de maneira injusta, ressaltando a vocação da região norte Fluminense e a presença de convidados especiais que contribuíram para a construção conjunta durante o evento. Ao ler um trecho do livro “A Grande Aventura do Pensamento” escrito por Ulpiano, Irnak evidenciou a formação livre do filósofo e seu compromisso com a filosofia. A homenagem ressaltou a influência de Cláudio Ulpiano e sua capacidade de explorar diferentes áreas do conhecimento em suas escritas íntimas, buscando a singularidade e encontrando alegria nos encontros com outras mentes criativas.

O prof. Jorge Flores enfatizou a importância do ensino superior e do fortalecimento das parcerias na região e destacou que Macaé não se resume apenas à indústria do petróleo, mas se tornou uma cidade dos universitários com a presença marcante de instituições renomadas, como a UFRJ e a UFF.

A sra. Flaviá Picon reforçou o apoio ao desenvolvimento educacional na região. Ela ressaltou a transversalidade das humanidades em todas as áreas e a importância de repensar e prosseguir com essa temática para melhorar a sociedade como um todo. Ela defendeu que o engajamento conjunto das instituições e a busca pelo conhecimento humano são passos fundamentais para promover uma sociedade mais rica em conhecimento e reflexão.

Por fim, a sra. Leandra Lopes enfatizou a necessidade de construir uma educação sólida desde a educação infantil até o ensino superior. Ela compartilhou experiências e lamentou episódios de violência e vandalismo em escolas, destacando a importância de discutir o que se quer em termos de humanidade e trabalhar em conjunto para construir uma Macaé melhor.

As ideias que resumem esta mesa de abertura estão elencadas a seguir: A união das universidades e o pensamento humano são vistos como pilares fundamentais para transformar a sociedade, impulsionar a educação e construir um país mais justo e igualitário. A colaboração entre instituições, o apoio da Prefeitura de Macaé e o compromisso das autoridades educacionais refletem o esforço coletivo em fortalecer as humanidades e valorizar o conhecimento em prol do desenvolvimento educacional e social da cidade. A busca por uma sociedade mais humana e reflexiva depende do engajamento de todos os envolvidos na construção desse futuro promissor.

Mesa de apresentações: Perspectivas contemporâneas de Humanidades

A mesa de apresentações trouxe diferentes perspectivas contemporâneas das humanidades, com a participação do prof. Afranio Gonçalves, decano do Centro de Letras e Artes, do prof. Fernando Santoro, diretor do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, do prof.. Titular Emerson Merhy, do Instituto de Ciências Médicas do CM UFRJ-Macaé, e do prof. Gustavo Arantes Camargo, do Instituto NUPEM. Essa mesa proporcionou um espaço para discutir a relevância das humanidades na sociedade contemporânea e a interdisciplinaridade como uma abordagem enriquecedora para o conhecimento humano.

O prof. Afrânio Gonçalves abordou a importância da integração e interdisciplinaridade nas humanidades. Ele destacou que a proximidade física nem sempre resulta em uma verdadeira integração acadêmica, e a pandemia mostrou que a distância física não impede a interação e colaboração. No CLA, ele disse ser necessário superar barreiras e buscar conexões entre disciplinas e cursos. O prof. Afrânio ressaltou a importância da interação pessoal, projetos em conjunto e recursos financeiros adequados. Ele encorajou os estudantes a explorar possibilidades de interação e buscar parcerias dentro e fora da instituição para uma formação acadêmica completa e contribuição para a sociedade.

O prof. Fernando Santoro trouxe reflexões sobre a abordagem peculiar da filosofia por meio da poesia e do uso dos parênteses como dispositivo poético. Ao aplicar esse método, ele problematizou a questão central “Que humanidade queremos?” e expandiu a discussão para além do conceito de “humanidade” em si. O prof. Santoro questionou como abordar o humano na universidade, explorando diferentes perspectivas e ampliando o escopo das ciências humanas. Ele destacou a necessidade de diálogo e interdisciplinaridade na universidade, buscando romper com modelos antigos e sonhos utópicos. Segundo Santoro, a verdadeira universidade é aquela que une as diversas faculdades e campos de conhecimento, promovendo um diálogo amplo que explore o humano em sua totalidade. Ao buscar uma compreensão mais ampla e inclusiva do humano, a universidade pode estimular o pensamento crítico e contribuir para a construção de uma sociedade mais plural e integrada.

O prof. Gustavo Arantes Camargo parabenizou o evento, ressaltando a importância das humanidades no ensino superior na região. Ele enfatizou como as licenciaturas em ecologia e ciências biológicas incorporaram aspectos das ciências humanas e destacou a necessidade de questionar o conceito de humanidade, considerando as desigualdades históricas. Paulo Freire foi mencionado como defensor da transformação e o futuro curso de humanidades em Macaé foi destacado como um espaço de reflexão e ação contra as opressões. A construção das humanidades em Macaé busca uma visão plural, inclusiva e transformadora, promovendo uma sociedade mais justa e igualitária. Ao final de sua fala, foi aplaudido e parabenizado pelas ideias defendidas com entusiasmo e clareza.

O prof. Emerson Merhy destacou a reconstrução de eventos e fóruns como catalisadores para mudanças em Macaé, mesmo diante da falta de estruturas institucionalizadas. Ele enfatizou a necessidade de superar as estruturas conservadoras e corporativas presentes nas universidades brasileiras. O professor desafiou a lógica burocrática e promoveu uma perspectiva transformadora, especialmente nas áreas da medicina e das humanidades. Ele convocou a universidade a assumir uma postura crítica e corajosa, buscando a produção do comum e enfrentando questões como a violência e o racismo. O discurso conclamou a união em Macaé para a construção de um futuro melhor, através de atos de desobediência e da exploração das humanidades como espaço de problematização e transformação.

Mesa da tarde: Humanidades no CM UFRJ-Macaé – Histórico e Futuro

Durante a tarde, foi realizado um debate sobre o histórico e o futuro das humanidades no CM UFRJ-Macaé, com a mediação da profª. Camila Azevedo, do Instituto Multidisciplinar de Química, a participação do prof. Bruno Monteiro, do Instituto Multidisciplinar de Química, que compartilhou suas experiências sobre as humanidades na cidade de Macaé. A profª. Maria Fernanda Quintela, pró-reitora de graduação da UFRJ, e a profª. Cássia Turci, também trouxeram contribuições importantes para a discussão. Essa mesa permitiu uma reflexão sobre o caminho percorrido até o momento e as perspectivas futuras para a consolidação das humanidades no centro multidisciplinar.

O prof. Bruno Monteiro ressaltou a importância de oferecer cursos e programas que atendessem às demandas reais da sociedade, destacando iniciativas como o Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e a Especialização em Consciência Negra. A busca por ampliar a oferta de licenciaturas, especialmente nas áreas das humanidades, também foi enfatizada.

A profª. Maria Fernanda Quintela compartilhou sua visão passada sobre o papel das humanidades na construção do futuro da UFRJ. Ela destacou os desafios enfrentados no início da criação do Campus UFRJ-Macaé, ressaltando a importância da parceria com a prefeitura local e a liderança do professor Aloísio Teixeira. A pró-reitora enfatizou a necessidade de parcerias sólidas e integração para o desenvolvimento do conhecimento diverso nas humanidades.

A profª. Cássia Turci discutiu a trajetória passada da universidade em Macaé, abordando os desafios enfrentados e os avanços conquistados. Ela destacou a importância das áreas de humanas, ciências jurídicas, econômicas, artes e letras na formação acadêmica. A busca por uma universidade integrada e abrangente foi mencionada, assim como a necessidade de fortalecer os cursos já existentes e promover parcerias sólidas.

A profª. Camila Azevedo ressaltou a importância passada da afetividade e das ações concretas na construção de um futuro sólido e comprometido com a qualidade de ensino. Ela provocou os participantes a refletirem sobre seu papel passado nesse processo de transformação e destacou a importância de uma universidade pública de qualidade, socialmente referenciada e acessível a todos.

Plenária: Estabelecimento de um Grupo de Trabalho

Por fim, a plenária foi realizada para estabelecer um grupo de trabalho que irá colaborar para a consolidação das humanidades como área de conhecimento no CM UFRJ-Macaé. Com a moderação do prof. Irnak Barbosa, do prof. Alexandre Fernandes Correa, do Instituto Multidisciplinar de Química, do prof. Matheus Barros e de Diego Gonçalves de Andrade, Chefe de Gabinete da Decania do Centro Multidisciplinar UFRJ Macaé.

Explicou-se que a formação do grupo de trabalho visa promover a pluralidade de perspectivas e possibilitar a participação de diferentes áreas e instituições. Conforme proposto, essa diversidade de conhecimentos e experiências contribuirá para a construção de um projeto sólido, capaz de abranger todas as dimensões necessárias.

O prof. Matheus enfatizou que o grupo de trabalho terá a missão de reinventar as estratégias, ou seja, repensar as abordagens e ações até então propostas, com o objetivo de promover um crescimento real e efetivo das humanidades. Defendeu que esse processo de reinvenção precisará de um olhar crítico e criativo, buscando soluções inovadoras e viáveis para alcançar os resultados desejados.

Laboratório de Humanidades: Um Espaço Interinstitucional para a Construção Coletiva

Durante o diálogo entre os professores presentes, destacou-se a importância de estabelecer um projeto interinstitucional e intercentros. O objetivo é criar um laboratório de humanidades, um espaço de encontro e trabalho conjunto, reunindo representantes de diferentes instituições e áreas de conhecimento. Essa abordagem colaborativa e multidisciplinar permitirá promover ações enriquecedoras, com troca de experiências e construção conjunta.

Laboratório de Estudos Avançados: Fortalecendo a Interdisciplinaridade e a Coesão

O prof. Alexandre compartilhou sua reflexão sobre a necessidade de um laboratório de estudos avançados para fortalecer a interdisciplinaridade e superar a fragmentação. Ele ressaltou a importância de um espaço de encontro e troca de ideias, que possibilitasse o desenvolvimento conjunto de projetos e a consolidação do conhecimento. Esse laboratório será um local para a pesquisa, estimulando debates e reflexões para a construção conjunta do conhecimento, com foco na interdisciplinaridade e na valorização das contribuições de cada área.

Laboratório de Estudos Temáticos: Interação e Valorização das Licenciaturas

O prof. Irnak Barbosa ressaltou a importância de abordar temas relevantes no laboratório, como ambiente, violência, inclusão, sustentabilidade e acessibilidade. Ele propôs aprofundar a discussão sobre esses temas, promovendo uma visão multidisciplinar e enriquecedora ao receber profissionais de diversas áreas. O professor também enfatizou a importância das licenciaturas, mencionando a necessidade de estratégias para promover outras áreas. Ele destacou a relevância de professores bem informados na educação básica e a importância de planos de carreira adequados para eles. O Laboratório de Estudos Temáticos buscará promover a interação entre os participantes, valorizar as licenciaturas e abordar temáticas relevantes, enfrentando os desafios nas diferentes áreas de conhecimento, especialmente na educação básica.

Fortalecendo as Ciências Humanas: Desafios e Articulações

O prof. Matheus Barros reconheceu a importância das propostas apresentadas e ressaltou a necessidade de trabalhar com articulações e prioridades para sua implementação efetiva. Ele observou que as propostas abrangiam diferentes áreas e prazos, convergindo para o fortalecimento das ciências humanas em Macaé. Matheus defendeu a constituição de um grupo de trabalho para discutir e desenvolver estratégias, questionando sua composição e a necessidade de uma abordagem viável para executar as propostas. Ele enfatizou a importância de estabelecer uma agenda clara, com metas e prazos definidos, além de garantir a participação e engajamento dos envolvidos. O fortalecimento das ciências humanas em Macaé exigirá esforços conjuntos e uma visão compartilhada, buscando o desenvolvimento acadêmico e a promoção de ações com impacto positivo na sociedade.

Projeto de Humanidades: Parcerias e Laboratórios

O prof. Irnak Barbosa convidou vários parceiros locais para participarem do projeto de humanidades, dentre eles a UFRJ, a FEMASS, o CAP, o IFF e o CEDERJ. O objetivo é fortalecer as ações nas ciências humanas através de um grupo de trabalho chamado “Projeto de Humanidades”. Representantes dos parceiros formarão um laboratório de ideias e elaborarão propostas claras. Irnak apontou a necessidade de se escolher uma geografia para o laboratório e iniciar a produção de documentos embasados. A união de entidades permitirá a consolidação de um projeto sólido em prol das ciências humanas em Macaé.

Construindo um Futuro de Possibilidades: Ações e Parcerias

O prof. Matheus Barros resumiu as discussões e propostas do dia. Diversos temas foram abordados, desde ambiente e inclusão até sustentabilidade, violência, acessibilidade e licenciaturas. A proposta incluiu a criação de um laboratório de humanidades para mapear demandas regionais e priorizar educação local. Metas importantes foram relacionadas como a ampliação dos cursos de licenciatura e o desenvolvimento de programas interinstitucionais.

Após ouvir as contribuições dos participantes, Matheus expressou esperança na concretização das ações e afirmou-se otimista em relação ao futuro. As discussões representaram um passo importante para um futuro de possibilidades, onde as ciências humanas têm papel central na formação de uma sociedade mais inclusiva e consciente.