No segundo dia de debate eleitoral, realizado em 12/4 no Centro Multidisciplinar UFRJ-Macaé (CM UFRJ-Macaé), os candidatos à Reitoria da UFRJ das chapas 10 e 20 se reuniram. A chapa 10 tem como candidatos Roberto Medronho (reitor) e Cássia Turci (vice-reitora), enquanto a chapa 20 tem Vantuil Pereira (reitor) e Katya Gualter (vice-reitora).
O encontro entre os candidatos à Reitoria da UFRJ no CM UFRJ-Macaé durou cerca de duas horas e teve a participação de 120 pessoas no auditório, além de mais de 300 espectadores acompanhando a transmissão ao vivo pelo canal oficial da UFRJ no YouTube.
No primeiro bloco do debate, as chapas apresentaram seus programas de trabalho, com a chapa 20 iniciando a sequência de falas por sorteio da Comissão Coordenadora da Pesquisa (CCP). As oportunidades de fala seguiram em alternância até o fim do evento.
Na apresentação da chapa 20, a professora Katya Gualter enfatizou os eixos principais de seu programa de trabalho, sendo eles democracia, autonomia e diversidade. Ela destacou a importância da diversidade na universidade e a necessidade de garantir políticas de permanência para que essa diversidade possa se manter na instituição, além de criar espaços de interação com diversos setores da universidade para definir políticas de acessibilidade e levar a diversidade a ocupar espaços de protagonismo, através de fóruns permanentes e plenárias com discentes, docentes e técnicos-administrativos.
O professor Vantuil Pereira defende uma radicalização da democracia na universidade, com a inclusão plena de Duque de Caxias e Macaé nos espaços de poder, dando a Macaé um espaço de poder na representação nas pró-reitorias. Ele também defende o diálogo com estudantes e técnicos-administrativos, criação de plenárias de audição e aplicação de políticas para garantir um ensino de qualidade, laico e socialmente referenciado na diversidade. Além disso, ele defende o fundo público como mecanismo de financiamento da universidade e recusa iniciativas de caráter privatizante.
Na apresentação da chapa 10, o professor Roberto Medronho falou sobre a importância da autonomia, inclusão e inovação em sua candidatura. Ele destacou que a chapa 10 tem um eixo específico para Macaé e Duque de Caxias devido às carências nesses locais, incluindo a infraestrutura crítica e as dificuldades orçamentárias. Ele acredita que a chapa tem propostas concretas para superar esses desafios e tornar a UFRJ uma universidade mais inclusiva para todos.
A professora Cássia Turci destacou a dificuldade em fornecer toda a infraestrutura necessária para todos os cursos da UFRJ, incluindo salas de aula, laboratórios, restaurantes universitários e residências estudantis, além da precariedade da acessibilidade em todos os campi. Ela ressaltou a importância de investir no acolhimento de estudantes, funcionários e docentes, além de cuidar dos funcionários terceirizados, e enfatizou que essa é uma luta para toda a Universidade.
No segundo bloco do debate, os candidatos sorteados discutiram propostas para quatro temas relevantes para a UFRJ. O primeiro tema foi sobre políticas antirracistas e enfrentamento às violências de gênero, raça, assédio e demais opressões.
O representante da chapa 10, Roberto Medronho, afirmou que são favoráveis a essas políticas e propõem implementar o decreto 11.443, que prevê que até 31/12/2025, parte dos cargos comissionados e funções gratificadas sejam ocupados por negros. Ele também enfatizou a importância de combater todas as formas de violência, incluindo o assédio moral e sexual.
Katya Gualter, da chapa 20, falou sobre a importância de investir em políticas antirracistas e combater todas as formas de violência, incluindo violências de gênero e assédio. Ela destacou a importância de se aproximar dos coletivos negros, de pessoas com deficiência e de pessoas trans para construir políticas antidiscriminatórias. Gualter também mencionou projetos já existentes na UFRJ, como a Câmara de Políticas Raciais, o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas da UFRJ (Neabi) e o Centro de Referência da Mulher (CRM), que atende mulheres em situação de vulnerabilidade e violência doméstica.
Os candidatos discutiram sobre as políticas de pesquisa e pós-graduação, o Campus Duque de Caxias, o CM UFRJ-Macaé e o Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade Nupem/UFRJ, e as políticas para as unidades de saúde.
No terceiro bloco do debate, os candidatos responderam a perguntas de escolha livre de cada categoria (discente, docente e técnico-administrativo em educação). Um dos temas abordados foi a falta de infraestrutura para laboratórios nos cursos de tecnologia em Macaé, o que impacta na formação dos alunos em Engenharia. Os candidatos foram questionados sobre como pretendem contribuir para solucionar essa questão.
O candidato Roberto Medronho afirmou que é necessário ter atenção para essa situação. Ele acredita que, com a recomposição orçamentária e a captação de recursos com diversas entidades, incluindo a Petrobrás, é possível resolver o problema. Medronho destacou que esses profissionais serão importantes para avanços tecnológicos no país e que é preciso mudar radicalmente a situação atual.
O candidato Roberto Medronho defendeu a captação de recursos em todos os ministérios e com entidades que possam contribuir com a educação e pesquisa para solucionar a falta de infraestrutura nos laboratórios de Macaé, destacando a importância de formar profissionais capazes de avançar na área tecnológica.
Já o candidato Vantuil Pereira destacou a importância da interação da PR-2 com Macaé para implementar políticas institucionais de equipagem de laboratórios de ensino e pesquisa, avaliando o Reuni e garantindo uma política séria e clara para resolver a questão.
No quarto bloco do debate, os candidatos fizeram perguntas uns aos outros e deram suas considerações finais. Na sua consideração final, Roberto Medronho falou sobre a importância de dar prioridade à assistência estudantil, oferecer alojamento, refeições e bolsas para todos os alunos. Ele também destacou a necessidade de buscar recursos em outras áreas além do MEC, como na Petrobrás e no Ministério da Saúde, para financiar a área da saúde, incluindo Macaé.
Vantuil Pereira destacou a necessidade de uma pedagogia civilizatória e de um diálogo aberto e solidário entre diferentes unidades da UFRJ, defendendo uma mudança estrutural na instituição. Além disso, ele ressaltou a importância de se combater o racismo e o assédio, promovendo uma convivência ampla que garanta o diálogo entre todos os setores da universidade.