O curso de extensão da UFRJ-Macaé “Cuidados Paliativos e Fim de Vida”, surge do diálogo entre os servidores do Hospital Público Municipal de Macaé e professores da UFRJ na perspectiva de contribuir com a construção do conhecimento sobre o tema e poder cuidar melhor de pacientes e familiares nestas condições que chegam ao hospital.
O curso de extensão está sendo ofertado de forma remota, pelo app ZOOM, e recebeu solicitações de inscrições de diversos estados brasileiros, Rio de Janeiro, Pará, Minas Gerais, Espirito Santo, Ceará, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Goiás, São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul.
Inicialmente ofertaríamos 20 vagas para público interno da UFRJ e 40 vagas para público externo (público alvo servidores e profissionais de saúde do Município de Macaé). Com a demanda quase quatro vezes o número de vagas inicialmente ofertadas, 225 inscrições, expandimos para 30 vagas internas (alunos ou servidores UFRJ) e 73 externas (profissionais de saúde e estudantes de outras Instituições de Ensino Superior). Concluímos a confirmação de inscrição de 103 participantes e o curso teve início em 22 de março.
(Créditos do texto: Professor Gunnar Taets)
Carta da Organização Mundial de Saúde Genebra, 5 de outubro de 2021
OMS divulga recursos para lidar com flagrante escassez de serviços de cuidados paliativos de qualidade https://www.paho.org/pt/noticias/5-10-2021-oms-divulga-recursos-para-lidar-com-flagrante-escassez-servicos-cuidados
Em todo o mundo, estima-se que apenas uma em cada 10 pessoas que precisam de cuidados paliativos estão recebendo o serviço e que a demanda global por cuidados para pessoas com doenças terminais continuará crescendo à medida que a população envelhece e a carga de doenças crônicas não transmissíveis aumenta. Em 2060, a necessidade de cuidados paliativos deverá quase dobrar.
O mundo, portanto, precisa de ação urgente e concertada para aumentar o acesso a serviços de cuidados paliativos de qualidade. Para atender a essa necessidade, a OMS está divulgando dois novos recursos para apoiar os países na avaliação do desenvolvimento dos cuidados paliativos e na melhoria da qualidade desses serviços.
Os dois recursos estão sendo divulgados antes do Dia Mundial de Cuidados Paliativos, celebrado em 9 de outubro de 2021.
Entre os recursos estão um relatório técnico da OMS que fornece um conjunto robusto e aplicável globalmente de indicadores de cuidados paliativos para os países. Esses indicadores podem ser usados para avaliar e monitorar a oferta de serviços de cuidados paliativos em países em todo o mundo. O relatório visa criar um consenso global sobre indicadores para medir o desenvolvimento dos cuidados paliativos e seu uso fornecerá dados confiáveis para apoiar a tomada de decisões, informando as prioridades de saúde e a alocação de recursos.
O segundo recurso é um resumo técnico sobre serviços de saúde de qualidade e cuidados paliativos, examinando abordagens práticas e recursos para apoiar políticas, estratégias e práticas. Ele irá orientar a ação nacional, distrital/estadual e local de atendimento para melhorar a qualidade dos serviços de cuidados paliativos.
Até o momento, o monitoramento da existência e maturidade dos serviços de cuidados paliativos tem sido feito na maioria das vezes por meio da avaliação do consumo de analgésicos opioides. Embora os opioides sejam vitais para o alívio da dor, eles são apenas um componente necessário para o desenvolvimento de serviços ideais de cuidados paliativos.
Em nível global, a harmonização de dados entre países fornece uma imagem mais clara das necessidades e desafios globais em cuidados paliativos, como a desigualdade. A medição também é um ponto de partida para identificar histórias de sucesso e aprender com os países para projetar estratégias de melhoria eficazes para aplicação em outros ambientes. Os indicadores ajudarão todos aqueles que trabalham com cuidados paliativos a identificar etapas tangíveis que podem ser consideradas pelos países para expandir o acesso a cuidados paliativos de qualidade para aqueles que deles precisam.
A prestação de cuidados paliativos na maioria dos países está muito aquém da necessidade desses serviços essenciais. A cada ano, estima-se que mais de 56,8 milhões de pessoas, incluindo 25,7 milhões no último ano de vida, necessitem de cuidados paliativos, das quais 78% vivem em países de baixa e média renda.
A COVID-19 destacou a necessidade de cuidados paliativos em todos os lugares e ambientes para aliviar o sofrimento ao fim da vida, como o sofrimento físico causado pela falta de ar ou o sofrimento psíquico resultante da separação de entes queridos. A pandemia também nos lembra a necessidade de que todos os profissionais de saúde tenham alguma formação em abordagem de cuidados paliativos: a demanda por serviços paliativos supera o que pode ser prestado apenas por equipes especializadas.
Os cuidados paliativos melhoram a vida dos pacientes e de suas famílias que enfrentam os desafios associados a doenças com risco de vida e graves sofrimentos relacionados à saúde, incluindo, mas não se limitando a, cuidados no final da vida. Os cuidados paliativos ideais nos países requerem: um ambiente político de apoio, comunidades empoderadas, pesquisa em cuidados paliativos, acesso a medicamentos essenciais para cuidados paliativos, sistemas sólidos de educação e treinamento para trabalhadores e profissionais de cuidados paliativos e atenção à qualidade dos serviços de cuidados paliativos. Os cuidados paliativos são um direito humano e um imperativo moral de todos os sistemas de saúde.